Entrevista ao Diretor da CBIO, Sra. Sandra Cordeiro.
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- Iniciamos um novo ano, inicia-se assim um novo ciclo.
É tempo de as marcas mostrarem o seu propósito.
Em tempos de transição muito trabalho há por desenvolver no sentido de criação de valor agregado aos projetos, mas também às comunidades onde se inserem, valorizando seus saberes, fazeres, estares e integrando em redes locais de desenvolvimento humano.
Cbio, o gosto pela terra, agrega o sentido de cuidar dos recursos naturais e sua sustentabilidade, mas igualmente toda a valorização dos patrimónios dos territórios onde se insere, fornecer e educar para um consumo consciente, esta é a nossa missão que nos comprometemos a fazer em parcerias de negócios.
- Quais são os planos futuros e de desenvolvimento para a V/Marca no ano de 2022?
Pretendemos concretizar em 2022 a expansão da rede, fruto das dezenas de contactos que fomos trabalhando desse 2020, mas que por razões da pandemia não se chegaram a avançar.
- De que forma a situação pandémica que se vive atualmente afetou o desenvolvimento e expansão da empresa?
Afetou na totalidade e na estratégia de lançamento de certas lojas, que por questão da pandemia, viram financiamentos e confiança dos investidores reduzirem-se.
- Num ano tão atípico como 2020 quais foram as principais dificuldades que a vossa marca encontrou e quais foram as Estratégias adotadas?
A nossa marca já revende no segmento B2B e essa continuidade foi dada. No lançamento de lojas decidimos também a paragem de certos processos de lançamento por toda a incerteza gerada no período pandemia que ainda vivemos.
O pior que poderia acontecer num conceito tão diferenciador era abertura de lojas sem possibilidade de clientes a visitarem.
Os aspetos ligados a negociação com os fornecedores também foi redefinida, porque alguns parceiros fornecedores também redefiniram seus negócios, perderam algumas gamas de produto o que se tornou num trabalho intenso de redefinição de produtos, não perdendo o conceito inicial do projeto.
O trabalho no digital também foi intensificado e as nossas lojas terão uma componente digital que terá as entregas online agregadas, mas também a possibilidade dos nossos franchisadores venderem produtos altamente improváveis, mas com rentabilidade acima da média para um conceito deste género e investimento baixo. Falamos por exemplo das casas de madeira, que os nossos clientes poderão decidir adquirir através de uma loja CBIO, claramente com o suporte técnico e de instalação do franchisador.
- Qual foi a posição adotada para manter a sustentabilidade do seu negócio?
A venda de produtos no segmento B2B garantiu a sustentabilidade do negócio, tal como a venda direta de áreas ecológicas que a marca detém, por exemplo filtração de águas, equipamentos de hotelaria e vending.
- Qual foi o apoio dado para auxiliar a coletividade da vossa rede de franchisados e de que forma pretendem fazê-lo durante o presente ano?
Apesar de algum nervosismo dos franchisados (alguns encontravam -se na fase de investimento), a informação atempada de todo o problema que a pandemia causou a montante e a jusante, ajudou a atenuar alguns constrangimentos. Permitimos que os mesmos participassem no processo de construção da sua loja e de alguns processos de marketing, para gerar confiança na marca que ainda não é conhecida do grande publico. Pretendemos manter essa participação dos novos franchisados na construção deste projeto.
- Que elementos diferenciam a V/Marca do restantes franchising do sector?
Para começar o conceito que não agrega só o produto alimentar e não se posiciona nem como supermercado, nem como cafetaria. Introduzir no mercado um conceito como o nosso que tem a filosofia da venda de produtos e de serviços, mas também a sensibilização de criar conteúdo para o nosso cliente através de ações de formação, workshops, dar a conhecer os nossos produtos para além da embalagem e da compra que todos fazem de uma forma repetida e inconsciente.
Por exemplo na área do café, mostrar o café desde a origem até à torra que pode acontecer em algumas lojas. Mostrar a origem do café é importante e já se faz em alguns conceitos do mercado, mas demonstrar ao cliente que a água representa 98% de qualquer bebida quente (café, chocolate, chá, sopa) etc. Com este exemplo tem a nossa loja o papel de sensibilizar o cliente para a qualidade de água que consome em casa e que pode através de um produto de consumo diário gerar a oportunidade de uma venda cruzada (na purificação da água). Este é um pequeno exemplo, mas em quase todas as áreas das lojas CBIO temos pensado as vendas cruzadas e de repetição. Este envolvimento do cliente no processo, dá-lhe informação que está ligada não só ao aspeto emotivo com o produto que consome, mas muitas das vezes com a própria saúde.
Outro exemplo teremos detergentes a granel, estando focada a nossa marca nos aspetos de reutilização de embalagens, mas fomos pioneiros a trazer um equipamento de lavagem de roupa, que dispensa a utilização de qualquer detergente (excetuando o amaciador). Isto consegue-se, pois, o equipamento através de tecnologia e água, consegue produzir diretamente 5 oxidantes potentes onde se inclui o ozono e o peroxido de hidrogénio, que são a garantia de redução de bactérias e vírus a mais de 99% (incluído o SARS COV19).
- Quais são os atributos essências da potencialidade da vossa marca?
Acima de tudo o comércio tradicional de rua aliado a inovação tecnológica de tudo que possa ser útil na vida das gerações atuais e das futuras (que já dispõem de uma sensibilização ecológica e ambiental acima das gerações anteriores) A mudança de hábitos e consumo faz-se de pequenas ações diárias e as lojas CBIO querem ser parte ativa no processo.
Os processos tecnológicos que a nossa marca irá representar tem sempre um âmbito de poupança, de eficiência de processos, de utilidade, mas acima de tudo que esteja na transição ecológica e climática.
O nosso slogan (o gosto pela Terra) representa esta nossa disposição do comércio local e da terra enquanto sistema orgânico e de recursos que devemos proteger.
- Qual a situação do mercado de franchising deste sector?
Na nossa perspetiva o ecológico e biológico, são a solução e regressaram neste mercado global para se viabilizar sobrevivências e o consumidor está consciente disso. Claramente que novas marcas estão a surgir diariamente, mas normalmente com o conceito mais micro de 1 ou 2 lojas. Hoje em dia abrir uma mercearia com um conceito biológico não é difícil. Manter o conceito com a pressão do não biológico e a necessidade de rentabilização dos investimentos, bem como criar uma rede é o desafio.
Não podemos descurar que no posicionamento de comércio local, competimos hoje em dia com todos os grandes grupos de hiper e super, que criaram as suas marcas de rua pela aproximação ao cliente que já vai perdendo o hábito de frequentar as grandes superfícies.
- Em tempos de pandemia quais são as ações que a marca vai promover para a divulgação da marca?
Neste momento com a abertura das lojas previstas para Abril, temos previsto a divulgação em marketing digital e em meios locais rádio e jornais locais.
- Qual a vossa opinião sobre os investimentos em publicidade? Qual a estratégia de marketing da marca para este ano? A publicidade é uma componente do marketing mix e da definição de qualquer conceito de negócio ou produto. Ou seja, fundamental para o conhecimento que o cliente hoje em dia procura. Acima de tudo o marketing de conteúdo é o nosso foco na ligação que pretendemos ter aos clientes CBIO
- Considera a era digital importante e complementar para o sucesso de qualquer empresa ou área de negócio?
A transição digital veio de forma repentina e com várias opções desde redes sociais, a publicidade direcionada nos meios digitais entre outras, que para a maior parte dos negócios não pode nem deve ser descurado, sob pena de perderem mercado, ou novos potenciais clientes, que já não aderem a outras formas tradicionais de mercado. Nos dias de hoje temos de saber trabalhar para as várias gerações desde as que são consumidoras ativas até aos que estão a nascer. Prever os hábitos de consumo das novas gerações é um desafio gigante para pequenas e grandes empresas.
- As redes sociais da sua empresa refletem a alma do seu negócio?
Com a quantidade de redes sociais que existem e que estão a aparecer é praticamente impossível ter ações coordenadas em todas as redes de maior expressão. No nosso caso as redes sociais não refletem a alma do nosso negócio, até porque as redes sociais contem ainda um lado obscuro da utilização por muitos utilizadores.
O projeto CBIO tem inclusivamente a marca Slowsweets que vem trazer a atenção das pessoas para o tempo (o tempo de consumir, o tempo de aprender o tempo de confraternizar, o tempo de partilhar). A quantidade de ações e dependência que diariamente somos sujeitos pelas redes sociais chega a ser assustadora e perdemos a essência humana de estar.
Gerir um negócio com base em redes sociais até se pode tornar contraproducente para uma marca ou negócio, reconhecendo que a presença nas redes sociais é importante não se deve gerir totalmente a pensar nos leads ou gostos ou comentários positivos que possam gerar.
- Qual é a estratégia da marca para o ano de 2022?
2022 pretendemos ter a rede consolidada com 10 lojas abertas no território nacional
- Mundo pós pandemia, qual a sua opinião?
Nada será como antes e esta pandemia é precursora de todo o modelo económico deste século, que ainda está a ser definido provavelmente até 2025. Após esta sombra da pandemia pode efetivamente assistir se a um crescimento económico acentuado.
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